sábado, 1 de novembro de 2025

Aconteceu em São Pedro

   

     Acho que foi num shopping Center no centro de São Paulo que nos conhecemos. Eu pedi um café expresso, ela um capuchino – ou talvez ninguém tenha pedido nada e ficamos apenas conversando. De qualquer forma prefiro dizer que pedimos cafés e escolhemos uma mesa perto da janela. Logo fomos servidos e trocamos algumas palavras sorrindo – aquele tipo de sorriso misturado com insegurança e timidez.
    Na verdade, talvez, nós poderíamos ter nos conhecido numa fila de banco - na qual a espera e a falta de paciência levam muitas pessoas a conversar. Ou em alguma dessas festas estranhas na serra da Cantareira pertinho da casa dela. Ou, ainda, quem sabe, lugares semelhantes, onde servem porções de fritas e contra filé em fatias - um tipo de ambiente com meia luz, próprio para namorados. Pensando melhor... Talvez fosse legal num bar escuro e enfumaçado onde tocasse jazz com saxofone ou heavy metal com guitarras estridentes. É... Talvez... Poderia ser em qualquer local onde iríamos curtir juntos pela primeira vez “November Rain do Guns & Roses”, e essa canção se tornaria a nossa trilha sonora predileta – (Poxa vida, nem gosto tanto do Guns, mas pode ser essa mesmo! Fazer o quê?).
     Não importa. A verdade é que não me lembro direito como aconteceu, porque agora parece nao ter tanta importância.
     O que me lembro é que nunca viajamos em férias para Argentina ou Chile e nem passamos o final de ano num Cruzeiro pelo litoral brasileiro. Não tiramos fotos um do outro, - foram pouquíssimas juntos - e muito menos escrevemos declarações num tronco de árvore, tipo, “Eu te amo”.
     Eu acabei odiado pela família dela e ela nem conheceu o meu cachorro, que, tenho certeza, faria festa toda vez que ela me visitasse, por que, afinal, ela gosta de cachorro e leva o dela para passear pela vizinhança numa rua de ladeira - a cadela usando uma linda tiarinha na cabeça e roupinha de cachorro sob medida feita pela mãe dela.
     Nunca assistimos os clássicos de Hollywood; apenas aqueles desenhos e filmes antigos que dão sono depois de meia hora. Por isso nunca paramos para discutir sobre o teor de qualquer daqueles filmes chatos. Justamente por não haver o que discutir de tão ruim que eram e, por outro, porque ela não parava de falar de como é maçante ouvir sempre a mesma ladainha em casa.
     Ela fez uma única vez fondue de queijo com pão italiano, foi lá no Guarujá e, eu, nem sabia escolher o vinho que combinasse com aquilo, – sempre fui totalmente ignorante no conhecimento de vinhos – mas, para minha salvação, ela trouxe a garrafa certa para a ocasião.
Nunca passamos a noite entrelaçados e aconchegados – dormíamos um virado de costas para outro, quase caindo da cama. Nem observávamos um ao outro enquanto dormíamos para sentir se aquilo poderia proporcionar algum prazer ou admiração furtuíta. Acho que poderíamos ter dormido de conchinha ao menos uma vez. (Que coisa mais insensível não ter sido assim, não é mesmo?).
     Talvez a relação não tenha sido como deveria, pois, com o passar do tempo, não permitimos, por nossos bloqueios e preconceitos, que isso acontecesse. Não nos envolvemos o suficiente e, lá no fundo, acreditávamos que não éramos as “pessoas certas” um para o outro. Nem sequer nos conhecemos direito, pois escolhemos o pragmatismo para não perder tempo com quem pudesse ser indiferente ou excessivamente apegado.
     Em alguns momentos preferimos a simples troca de ofensas ao invés da troca de carinho. Foram muitas e muitas noites com cara emburrada e mal dormidas quando deveriam ter sido de amor, sexo e melhor vividas.
     A despedida aconteceu fora de tempo para ambos. Havia à espera uma nova vida totalmente independente. Nem pensamos que poderíamos ter aproveitado mais um final de semana, mais um mês, mais um ano...
     Deixamos tudo passar, esquecemos se algo foi bom...
    Agora nos mantemos distantes e solitários imaginando encontrar alguém com quem ouvir “November Rain” - (Não poderia ser outra música? Acho essa muito comprida e dramática.)Ou, quem sabe, passar alguns dias na cordilheira dos Andes e, depois de pisar nas águas geladas do oceano Pacifico, voltar para casa com um enorme sorriso no rosto e muita história para contar.
     Ela nunca percebeu que já tinha encontrado esse alguém e a oportunidade passou. Mas, de uma coisa eu me lembro bem, de um lance marcante que aconteceu em São Pedro. Foi numa manhã de sábado no começo de Julho. Lá íamos nós passeando devagarinho de mãos dadas enquanto admiramos as árvores da praça principal, logo entramos numa sorveteria por quilo chamada Oasis, pertinho da Igreja Matriz. Eu escolhi bolas de sorvete sabor pistache e morango, e ela foi de creme e chocolate. Atravessamos a rua e nos sentamos em um dos bancos antigos de madeira, que era bem desconfortável, com ripas brancas (já com a tinta descascando). Olhamos um para o outro, trocamos e destrocamos os potinhos algumas vezes e, sem trocar uma só palavra, nos comunicamos através de olhares e gestos que determinaram cada atitude. Talvez tenha aparecido uma ou outra frase solta meio assim: “Eu dizia: adorei esse de pistache! E ela retrucava: não gosto muito de pistache”). Mas de resto era o silêncio e apenas aquele olhar. Não houve reclamações, nem reprimendas, tampouco exaltação; nada com duplo sentido ou má interpretação. Era apenas o sorvete nos unindo de uma forma que até então nos era desconhecida. 
     A derradeira cumplicidade aconteceu num raro instante: um beijo gelado, tipo selinho, bem descontraído e sem pretensão. Agora eu percebo que o começo do fim aconteceu em São Pedro, logo após aquele último selinho embalado por um gole de sorvete. Quando o sonho de ambos se foi para sempre.
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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Bruxas Existem!

   

 Quem visse de perto aquela mulher, com os seus
 anos de estrada, dificilmente imaginaria que em outras épocas, - tempo de menos esclarecimento popular – ela teria sido queimada viva numa enorme fogueira em praça pública.
  Uma vez, há muito tempo, ela me disse: “Sou bruxa mesmo, mas e daí?” Garantia em tom jocoso os seus atributos pouco ortodoxos de sentir energias e receber algo parecido com premonições. No mesmo instante me lembrei daquelas bruxas que me faziam morrer de medo nos filmes de televisão, - ainda em preto e branco - isso já por volta dos meus sete ou oito anos de idade. Eram as bruxas pretensamente do mal, vestidas com roupas pretas, mais o chapéu pontiagudo e com uma ou duas verrugas no nariz comprido. Elas afirmavam aos quatro ventos que adoravam sexta-feira 13, especialmente em agosto, e a data 31 de outubro. Nunca esqueço aquela risada horrorosa e estridente que assustava os bichos da floresta (cruz credo!). Sempre no final de tarde tinha aquela bruxinha do bem que eu gostava de assistir, - por que achava muito engraçada e bonitinha - a Samantha, daquele seriado "A feiticeira". Lembram? Bom... De qualquer forma, naquele tempo ou hoje em dia, tudo parece historinha para criança. Acontece que depois cresci e aprendi a observar melhor as pessoas e acabei descobrindo que existem bruxas de verdade. Descobri que elas estão por aí em qualquer canto ou esquina da nossa vida. São muito mais numerosas do que qualquer ser normal poderia imaginar. Elas se parecem com qualquer um de nós e não voam em vassouras. Muito pelo contrário, elas viajam em carros, motocicletas ou barcos, lotam ônibus, metrô e até fazem uma longa caminhada no parque pela manhã. Podem ter curso universitário com várias especializações ou trabalham diariamente em escritórios, galerias de arte ou ateliês. Escrevem livros ou deixam suas opiniões em blogs. Fazem conferências e dão aulas de massoterapia ou se misturam como mestres e aprendizes nos cursos de artesanato e nutrição. Administram grandes ou pequenos negócios e, depois da jornada de trabalho, vão ao terapeuta holístico – onde desenvolvem técnicas de trabalhos naturais em busca do auto-equilíbrio corpóreo / psico / social. Trabalham a correção e a harmonização de seus próprios recursos físicos, emocionais e energéticos com o objetivo de transformar tudo em autoconhecimento.
    A grande diferença entre elas e os mortais comuns (nós) é que as bruxas têm hábitos um tanto esquisitos. Algumas até remexem caldeirões e fazem poções mágicas às escondidas - no melhor estilo de qualquer filme do Harry Potter. Conhecem a cabala e vivem murmurando palavras estranhas em noite de lua negra. São até capazes de inventar feitiços que curam os amados ou que amaldiçoam os desafetos. Usam palavras que transformam qualquer pequeno objeto num grande amuleto que atrai amor e dinheiro (putz... estou precisando de um desses!). Estes são os tipos de algumas bruxas que já conheci de pertinho. Eu disse de pertinho? Sim! Bem de pertinho mesmo! E garanto uma coisa: para os dois lados dessa vida - do bem e do mal.
   Essas pessoas demonstravam a sensibilidade desenvolvida, com o dom que os leigos chamam de “sexto sentido”. Foi assim que depois de muita pesquisa descobri que tive uma geração de bruxas em família.
    Minha mãe contava que durante a época da caça às bruxas, os objetos tradicionais usados pelas feiticeiras, como o bastão de pitonisa e as varetas mágicas, foram banidos para não despertar suspeitas - os quais foram substituídos por instrumentos de cozinha usados no cotidiano que não despertariam o olhar curioso, como, por exemplo, a colher de pau. Era apenas mais uma estória que a mãe contava para o filho pequeno, mesmo assim entendi por que bruxas adotam grandes colheres de pau para mexer no caldeirão. Ela, (a minha mãe) descendente de italianos misturados com um povo cigano que não sei falar o nome, aprendeu a feitiçaria com os requintes das mitologias grega e celta. Por uma dessas coincidências do destino, ela acabou sendo a caçula da dinastia das bruxas e não passou o “bastão” adiante por que não teve filhas e nem sobrinhas. Mas no fundo o seu desejo era ter 7 filhas. Ela me contou que logo aos 5 anos já era uma bruxinha muito malvada e sabia de cor as palavras para enfeitiçar. Foi crescendo e aprendeu entrar em sintonia com a natureza e seus elementos, – terra, fogo, ar e água – rapidamente conseguia transformar os frutos da terra em seus aliados – conversava dia e noite com as plantas e acariciava árvores. Aos 10 anos já sabia fazer um tipo de elixir contra inveja e dor de cabeça. Que maravilha! Uma bela surpresa com grande orgulho para a bruxa velha e caolha que só falava italiano; a minha avó. Ela ainda deu detalhes que na sua infância, dos 5 aos 10 anos, ouvia vozes estranhas, ruídos inexplicáveis pela casa e tinha visões de sombras passando pela parede. Foi assim que começou a se interessar pela bruxaria e outras coisas estranhas ao olhar comum. Afirmou durante anos todos os dias que bruxaria não é um privilégio das mulheres e eu, como seu único filho, deveria seguir os ensinamentos. Mas eu sempre fui muito dispersivo para certas coisas - achava bobagem aquelas alquimias estranhas feitas no fogão a lenha. Para ser bem sincero morria de dó dos gatos pretos presos nas gaiolas individuais lá no fundo do quintal. E fazia questão de passar bem longe dos livros de filosofia Rosa Cruz pendurados na velha estante da sala - alinhados e misturados com os de física Quântica que eu nem imagina o que deveria ser. Depois de anos descobri do que se tratava toda aquela literatura, bem diferente do tempo em que eu mal sabia o alfabeto e via aqueles livros como grandes volumes encostados um no outro. Era muito estranho quando eu pensava que eles voavam por serem livros de magia – mas a mudança de lugar era por conta de tantas consultas noturnas feitas por ela.
Os anos passaram e foram várias as noites que a via debruçada sobre a mesa tentando decifrar a cabala para desvendar o mistério das coisas que a perturbavam. Com base nesses conhecimentos ela preparava talismãs para algumas pessoas que começaram a pagar pelos serviços. As essências de florais viraram uma febre para alguns clientes especiais que pagavam caro por um frasquinho com meia dúzia de gotinhas. A conta bancária cresceu e a vida melhorou – até comprou um carro usado vermelho. Também tinha um tipo de reunião que ela fazia semanalmente com mais 12 bruxas em roupas de cerimônia. Eram organizadas gravuras do sol e da lua sobre a mesa comprida; traduções da energia masculina e feminina para o ritual. Enfileiradas apareciam adagas e, na sequência, vários pentagramas, um cálice, uma espada e pedras brilhantes; símbolos bem tradicionais da magia - que nada mais eram que os veículos da energia concentrada pela força do pensamento. No final faziam orações mentalizando soluções para os problemas individuais e exteriores – como os prejuízos causados pelo homem ao meio ambiente. Pareciam muito unidas e determinadas defensoras da natureza quando saiam juntas à rua. Odiavam, com olhos arregalados, quando algum leigo fazia chacota chamando cada uma de bruxa ou a todas de seguidoras de satã. Poucos passos à frente o infeliz camarada poderia dar uma topada ou cair num buraco enquanto elas se esbaldariam de tanto rir com o acontecimento. Mas se na queda ele quebrasse o pé ou a perna, imediatamente elas prestariam os primeiros socorros, como qualquer pessoa normal a acudir o coitado.
    A moral da história é que existem muitas bruxas que já flertaram com as práticas de satanismo antes de abraçar a bruxaria, a magia ou a crença Wicca - inclusive a minha mãe, mas não garanto que fosse nessa vida.
    Um dia as bruxas acabam ensinando aos incautos que tudo o que se faz de mal aos outros volta em dobro. Usam como filosofia de vida a forma cósmica da força do pensamento e orações transformadas numa energia que transcende o entendimento – e isso independentemente no que se crê.
    Para entender melhor acontecimentos como estes é preciso estudar mais, observar e vivenciar – de preferência por alguns anos. Assim se acaba tomando a Bruxaria como uma arte que é tão necessária à vida quanto outras com a mesma dedicação. No presente os hábitos danosos aos outros devem ser mudados e os pensamentos em constantes transmutações devem ser filtrados. Deve-se sempre estar disposto a enfrentar tempestades emocionais e sociais, ou mesmo – e as piores de todas – as tempestades internas. Eu sei que é difícil entregar-se totalmente quando não se conhece algo, porém, é necessário a entrega com árdua dedicação para vivenciar a magia na plenitude.       Minha mãe explicou que é muito comum a bruxa ter poucos amigos. Não por ser pessoa tímida ou algo assim, mas por gostar de apalpar durante muito tempo o terreno que pisa antes da plena confiança. E se você não for uma pessoa que respeita pontos de vista diferentes ou não sabe guardar segredos dificilmente conseguirá ser amigo de uma bruxa. Ela nunca lhe contará sobre suas experiências mágicas e certeiras. A magia nada mais é que a canalização de energia para um determinado ponto. Enfeitiçar não é privilégio só das bruxas, qualquer um pode ter esse poder que vai da sedução à vingança, da bondade à maldade. Eis aí o maior de todos os seus dilemas: escolha como será na hora que desprender tal energia de si. E saiba que mais cedo ou mais tarde ela voltará bem mais ampliada do que quando saiu”.
    Bom, diante de tudo isso, concluo o seguinte e fico a pensar num velho ditado espanhol: “No Creo en las brujas, pero que las hay, las hay”.  

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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

O Amor Possível

        Pois é gente, novamente estou aqui para conversar com vocês, trazendo um pouco das minhas observações a respeito da vida, das relações humanas, dos amores e das nossas frustrações. Porque, afinal de contas, a busca de respostas é uma coisa que acompanha a todos. E todo mundo quer respostas em busca da compreensão de como a vida funciona, ou de como a gente funciona nas várias situações quando somos colocados à prova. No fundo nós sempre queremos acertar de verdade, mas acertar na plenitude não é algo tão simples. A gente antes precisa entender os limites de como é e como fazer o que se pretende ou a quem queremos nos dirigir ou mesmo atingir. Então... sendo assim... Olha... É com você que estou falando... Eu vou falar uma frase, por favor, preste bem atenção e leia nas entrelinhas ou no sentido literal das palavras, isso se quiser e puder, só para ver se um pedacinho dela cabe na sua vida: "Não importa qual é a dor ou qual é o problema a causa é sempre o seu orgulho". Você acha que entendeu a profundidade disso e o recadinho que estou lhe passando? Hummm.... Eu acho que você não entendeu nada. Primeiro, porque tudo o que a gente aprendeu sobre o orgulho não é essa representação de coisa má que todo mundo apregoa por aí. Nós não enxergamos que orgulho é sempre ilusão dentro de um estado meio letárgico causado, unicamente, por algo que age na nossa mente como se fosse uma droga viciante. Aí, diante das situações ou de imagens que idealizamos a respeito de esperar atos corretos dos outros, tudo mediante a nossa medida do que isso possa ser, nós acabamos botando uma crença naquilo - com aquela famigerada ação de demonstrar orgulho mantendo sempre um pé atrás na tentativa de se resguardar de futuras frustrações. Então, nessa postura imponente, você pensa: "Ahhh, isso é uma maravilha. Estou me protegendo e, como vantagem, ainda dando umas pisadinhas no outro e armando uma confusão imensa na cabeça dele com a minha reação intempestiva...". Aham....A sua certeza é de que esteja voando a favor do vento, de uma maneira tão forte e com a mesma segurança dos pés no chão, mas você não percebe que na verdade você está voando contra o vento. Então, de repente, do nada, bate forte aquela ventania e vem a queda. A queda feita com a decepção consigo mesma parece ter sido a pior dor que já sentiu, e ela foi fatal para seus sentimentos e emoções, não foi?. Mas não pense que você facilitou a queda ao reconhecer que errou quando não prestou atenção nos sinais que enviava, digo, a respeito daquela sua postura sútil de transmitir um tipo de insegurança ao outro de  que iria partir para longe a qualquer momento. Nãããããooooo! Apesar de já estar esborrachada no chão você ainda não aceita a queda e nem reconhece que houve um engano seu, afinal, você quer ter sempre a sensação de estar segura e com o vento a favor para a total liberdade de voar e ter horizontes para alcançar, tudo planejadinho e de acordo com sua vontade e o pensamento absoluto das razões e motivos que nunca deverão ser confrontados. Mas agora você já está no chão duro. Ele é frio e inóspito. Não tem o aconchego do seu par que a ama de verdade e nem uma almofadinha para se apoiar. Porém, antes desse orgulho aflorar, você foi entorpecida pelo amor que você nunca acreditou que existiria, ou, será que é apenas por isso que você chama jocosamente de "gostar"? "...se eu te procuro e ofereço presentinhos é porque eu gosto muito de você...". Você está sempre nessa mesma linha de expressão, como se acaso dizer que ama alguém fosse uma enorme complicação, comprometimento ou uma imensa mentira. É... Tudo isso é mesmo muito curioso... Já estou até sentindo a sua reação quando ler esse texto com aquele ar de contestação. "Eu não sou nada disso e não acontece nada parecido comigo! Você é que ainda não entendeu nadinha. Chão? Ah tá bom... Vai pensando... Eu tô é muito de boa aqui e bem segura com o ventinho a meu favor...". Então... Você vive no seu ventinho a favor dentro de um sonho que tem o delírio de achar que o monstro é o outro. Entendeu?Ainda não? Vou explicar... Ele é o monstro porque ele a machucou, ele a feriu, ele não transmitia confiança, ele a excluía de outras partes da vida dele, ele isso, ele aquilo... Então você voou para longe dele. Será que ele é mesmo um monstro ou foi a sua própria ilusão que a machucou? Você diz e lamenta que se entregou como podia, mesmo com o peso do pensamento da incerteza a acompanhando em cada nova situação, achando sempre que as coisas "deveriam" ser diferentes ou "poderiam" mudar a qualquer momento, mas, se mantinha calada e com certo ar de contrariedade para não deixar transparecer totalmente a sua insegurança, a qual vinha sempre acompanhada de desilusão com a atitude dele que não mudava. Esse foi o primeiro ensaio para desenvolver aquela tal postura do orgulho e soberba - com a não aceitação que o erro seria seu e não do outro. E por isso continuou naquela escalada infinita de palavras, como se fosse uma competição de argumentações com a intenção de provar que só você tem razão, pois, afinal, só ele pode ser a causa de tudo, só ele é o culpado e pronto! E, após muitas acusações, ainda assim, dizendo que é romântica, sonhadora e acredita no amor, por isso e só por isso, merecia algo melhor. Essa coisa de usar a fantasia do orgulho para ficar se enganando a faz ficar de mal com a vida. O seu lado agressivo é testado e reprimido por você minuto a minuto e, principalmente, deixando também muito mal com aquele que a ama de paixão e nada tem a ver com essas inseguranças arraigadas em sua mente. Aí você esbraveja e grita: "Não quero mais! Nem quero saber dos seus argumentos, pois nenhum deles me convence". Saiba que tudo isso, de agir assim tão radicalmente e com agressividade, vai marcar a sua vida. Pode acabar abalando até a sua saúde e o seu psicológico. Será que é só por causa desse seu orgulho ferido que você não consegue se controlar ou existe alguma outra razão desconhecida? Mas, sendo uma coisa ou outra, será que você toma jeito? Não creio... De jeito nenhum, já que a culpa é sempre do outro. Eu sei muito bem que essa não é uma conversa fácil de ter com você, não mesmo. Mas, claro que eu sinto que se você está machucada, você não vai querer olhar as coisas que poderiam machucar mais, você quer apenas se livrar daquilo ou de quem você acha que machuca ou não atende os requisitos do que você considera justo. Olha.... Toma jeito heim.... Pare com essa alucinação. Com essa coisa de se colocar no lugar de vítima, só por ter essa ilusão de se achar uma pessoa boa que não é boba, pois se julga muito esperta e inteligente e tal... Isso não faz de você uma pessoa melhor para imaginar que suas falhas, se é que elas existem, não afeta os outros. Se alguém tentar mostrar como você realmente é não sei não se você aceitaria com naturalidade ou iria se ofender como sendo uma injusta agressão. Mas, mesmo assim, quando aparece alguém com coragem de mostrar seus erros, incluindo suas avaliações tortas de que o outro teria de gostar e se submeter ao que você acha certo, além de também pensar como você pensa a respeito de tudo, então você se indignaria, faria um escândalo, se sentiria humilhada e faria pose de vítima até nas palavras escritas. Caracas.... Como as pessoas dão desculpas quando a gente as pega no erro de avaliação que fazem de como é a gente, sendo que elas nem tem ideia de como é nossa vida na realidade, não é mesmo? No seu caso, tal ação não desmerece suas virtudes e suas qualidades, mas continuar agindo assim é errado. Você precisa se conscientizar que não sabe tudo e que ainda tem muita dificuldade de aprender, lembrar e memorizar, pois fica o tempo todo implicando com familiares, buscando defeitos no namorado e naquela gente do serviço, quando deveria apenas observar mais, analisar melhor e tolerar as diferenças de comportamento e pensamento dos outros... Pare de ser besta imaginando que as coisas têm que ser como você gosta ou deseja, e que se não forem, então, não vale a pena... Que coisa mais chata! Você não consegue viver o amor possível? Uma relação possível se faz reconhecendo que o outro também tem limitações, inseguranças e uma maneira própria de enxergar a vida que é um pouco diferente da sua. Isso é ofensa? Creio que não. Digo outra coisa para pensar e refletir: quando a pessoa desce do salto alto do orgulho nasce a relação humana verdadeira: o afeto, o bem-querer, a simpatia, aí, enfim, o amor possível chega tranquilo dentro das circunstâncias de vida de cada um. Eis então que nessa exata ocasião é a hora que se tem a chance da mente aberta e o coração leve para dessa forma aproveitar e, ao mesmo tempo, desfrutar com prazer os bons momentos com aquela pessoa especial. Até mesmo para pedir desculpas, dizer que aquilo que aconteceu foi chato, mas foi num momento de cabeça quente e não irá se repetir novamente... Aí sim, aproveitando essa bela oportunidade para falar uma série de coisas boas e dar boas risadas juntos da situação passada. Mas você não aceita nada disso, né? Como você é esnobe e tornou-se um ser delirante que deixa o orgulho ir corroendo por dentro o tempo todo no seu imaginário. Arffff.... Quem vai pagar o preço é só você, pois, como já sabe, todo ato de rejeição traz consigo consequências, principalmente quando não houve espaço para o diálogo e resolução do caso. Lembre-se que para ver a ilha é preciso se afastar um pouco dela e olhar de longe. Entenda isso como uma oportunidade de crescimento. Ninguém é certo e ninguém é errado, existem possibilidades e vários jeitos e ângulos de ver a mesma coisa. Então se movimente e dê um passo adiante sem ficar olhando para trás, apenas vá em busca da solução que o seu coração tanto pede e você se recusa a ouvir por orgulho. Eu entendo que você esteja P da vida porque acha que "se iludiu", ou, pior, deixou que alguém a iludisse por muito tempo, mas como dizem: "Só fazem com gente aquilo que a gente permite", mas no fundo, bem no fundinho mesmo, você reconhece que a realidade que você supunha existir não era bem assim e, diante do seu ledo engano, o sentimento de confiança deveria novamente ressurgir e prevalecer, já que cada qual tem uma individualidade e dentro dela existem diferenças para tudo que você se nega a enxergar; as diferenças devem ser aceitas e respeitadas. Mas, parece que o que você tem feito ultimamente se tornou mesmo uma fixação. Na verdade, nunca se esforçou em busca do diálogo para revolver as dificuldades de comunicação da melhor forma possível. Essa sim, a melhor solução para atender aos anseios e necessidades, sem orgulho ou preconceito, e sem ficar batendo na mesma tecla. Por essas e por outras dificultou viver intensamente o amor possível com tranquilidade. Bem... Nós já sabemos que o sofrimento vem da ignorância de quem ignora. Porém, quem presta atenção e aprende com o erro sempre faz a coisa melhor que antes. Nem todo erro de interpretação pode ser mantido por um longo tempo como sendo certo dentro de uma relação, principalmente quando existe o amor verdadeiro que deveria ser vivido pura e simplesmente como o amor possível e não um amor estilo corda-bamba.

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Revenge!!!

     


   Seus olhos são vivos, praticamente uma vivacidade doentia. Neles percebe-se que tudo está decidido. É o que é possível notar nesse momento diante da luz que brilha fraca no teto. Há uma certa doçura em sua postura soberba, uma magia estritamente sedutora. O seu sorriso ás vezes é um sorriso contido e reprimido pela falta de entusiasmo nas ações de repetição obrigatória. Vive numa evidente excitação inconformada pelo momento mais sublime da entrega e viaja pelas nuvens onde nada mais importa além do seu sonho de felicidade. Mesmo assim abre bem os olhos para não perder de vista as feridas do passado, pois nunca teve coragem de se desenlaçar de tudo. Lembrar de alguns fatos é como se a morte estivesse presente, mas não treme e nem fraquejava ainda que tenha o coração sagrando. Nunca imaginou que o amor não seria eterno e vivia como se a vida fosse inacabável. Mas tudo tinha seu preço na escalada do destino. Seus olhos ansiosos pressentiram o que seu corpo sentiria na pele branca. Seus lábios agora queimam e seu pensamento arde num desejo incontrolável na mistura de espiritualidade com êxtase sexual. Isso deixa sua mente alerta e o corpo vivo na desenvoltura ingenuamente aflorada e no despir-se com naturalidade. E de forma despreocupada deita-se na posição correta para o encaixe perfeito. Seus olhos ainda mantém as olheiras da noite anterior quando até os seus cabelos foram beijados de maneira cuidadosa. Ao novo toque de dedos estranhos em seu sexo sente no rosto uma lágrima solitária que vai desenhando o caminho do fracasso. Por esse labirinto sem o fio de regresso a mente vagueia e pede misericórdia enquanto ao mesmo tempo implora algum prazer. É nesse decorrer de dessa angustia tardia e desesperadora que torna-se visível o seu delírio de paixão. Conhece a si mesma pela força de vontade de seguir em frente com todo o poder do prazer da carne em devassidão em suas lutas noturnas e secretas. Só consegue suspirar raramente ou dar sorrisos abertos em sonhos bons e eróticos, único momento em que se consente ao prazer verdadeiro. Depois do seu momento único respira fundo e se prepara para uma batalha contra si mesma. Toma coragem e vai. E assim segue sua rotina diante de tantos olhos e corpos suados quando se permite devorar por horas a fio. Mas ainda há aquele eterno tom de suspiro para forçar o esquecimento. 

     O punhal continua sendo enfiado várias vezes em seu coração incauto e permanece por horas fincado ali. Tudo, desse momento em diante, transformava-se em uma profunda névoa em sua vida anteriormente regrada por pai e mãe. Os quais nem sequer poderiam imaginar que ela, em seu sacrifício de luxuria, traz consigo o seu último desejo real: a inspiração para continuar experimentando e experimentando cada vez mais, até sentir-se completamente saciada e entorpecida. Ela conseguiu para si a vontade de fazê-lo repetidamente por um tempo sem fim, até que viesse finalmente o verdadeiro alivio emocional. Em seu olhar vivo há o silencio da morte sentimental, onde mais nada sobrevive além do rancor que existe em sua visão a respeito do mundo e das paixões eternas. Por muito tempo está assim. Seu único desejo aparente é a vingança. Sua atitude poderá parecer repulsiva e sem explicação lógica para a tal situação, principalmente quando geme como se fosse uma criança inocente ou uma prostituta. Sua noção da vida não é perfeita enquanto o seu prazer está conspurcado pela degradação. Não há mistério ou delicadeza em sua entrega consecutiva e ordinária, quando todos os momentos passam rapidamente apenas o prazer momentâneo e a dor sem fim. Existe a imagem de algo que a distancia do pensamento lógico e a aproximava da lembrança da última fatalidade daquele dia em que chorou em desespero. Do dia da sua desgraça sente o efeito do remédio que criou para acalmar a própria mente que nunca se cansa de pedir justiça. Mas, apesar disso, em seus lampejos brilham focos de saudades logo que uma mão estranha pousa sobre seu ventre amplo e desnudo. No deslizar da mão estranha revela-se todo o mistério e delicadeza de um corpo exteriormente são, e suas memórias vão se tornando remotas a cada dia passado nessa mesma rotina. Presa dentro da gaiola que criou debate-se como um pássaro agonizante. Delira em seu maior momento de força interior na tentativa de resistência moral. Com todo um tipo de sentimento obscuro busca o desligamento. Consente a si mesma matar todos os resquícios de consciência de um passado surrado e vivido na ignorância do conhecimento dos fatos. Mas com tanto rancor na alma ainda persiste a dor mais intensa, a dor da perda. Torna-se irreconhecível diante de si mesma e de quem testemunhou um dia a sua vida em momento de felicidade. Nas trevas vive seu transe humano enquanto seu tecido carnal vai sendo rasgado, esticado e marcado. As manchas roxas aparecem pelo corpo. Em cada mancha a noção que sexo vingativo é uma armadilha cruelmente atroz contra si mesma. Sua vida não se expande conforme seu desejo, torna-se sim um martírio sem fim em uma ânsia desesperada por prazer que nunca chega e nem será como antes. O ódio misturado com ressentimento infiltrava-se em seu cérebro evoluído tornando-o uma máquina de produzir idéias destrutivas. Seu corpo é como se fosse um corpo sem sentidos. Todas as vozes do mundo gritam em seus ouvidos e ecoam distantes para quem queira ouvir que você não está bem. Em sua falsa excitação macera desespero num choro interior ao imaginar tudo que um dia foi puro. Sente-se tão só como em nenhuma outra oportunidade da vida. Assim permanece por horas e horas cumprindo seu percurso de esperança sem fim. Momento em que todos que quiserem poderão ser donos do seu corpo. E a cada novo participante é registrada ali uma nova mensagem que ficará marcada para sempre em sua lembrança.

    Ao focar nos olhos de cada novo integrante em busca do prazer gratuito, emite um olhar que não se define se é de loucura mansa ou ausência, até que seu coração pareça pacificado a cada nova vingança. O sexo vingativo sempre será determinado e cruel contra seu adorado do passado, aquele que se tornou um algoz por essa imagem gravada que tornou-se permanente na mente após a despedida final. Por isso que em sua ressonância profunda ainda sente os derradeiros calores do toque dele e a sensação na traição fatal no anúncio de adeus. Mantém a imagem dele como aquele que não teve integridade no amor e nem fidelidade no comportamento, enquanto o cheiro dele ainda impregna sua pele mesmo depois de anos. A poeira e o suor misturam-se na lembrança daquele cheiro acre natural no hálito mentolado das derradeiras palavras de despedida. E assim o mundo tornou-se triste. As razões seguiram pelo subterfúgio da dolorosa vingança quando, nesse determinado momento da vida, já não entende mais as verdadeiras razões do porque tudo aconteceu do pior jeito, justamente no momento em que mantinha a esperança de um conserto definitivo. Em seu falso encanto ainda repete mentalmente a mesma velha mensagem que ouvira em seu pior momento de crise. O perfume daquele homem vai se esvaindo da pele, tornando-se distante e mais nada se sabe sobre a verdade da vida dele. Por isso a vingança continuava. 
       Em cada novo deitar um eterno prazer que consume por dentro. E depois em voz alta chega a pergunta: “O que fazer agora? Que venha o próximo”. Todas as manchas amarelas continuam sobre o lençol, o colchão parece ensopado de líquido pegajoso. É um cenário em que os vermes rastejam nus pelos bastidores da vida e ela está mais uma vez com o coração leve por poucos instantes, mas flameja em lamentação interior, arde por dentro como a chama mais quente do inferno carregando consigo as culpas da falta de sintonia e entendimento. Levanta-se absolutamente entediada de tanto sexo aborrecido e admira sua imagem no espelho, toma uma dose de licor de cereja para que logo chegue a renovação e oferece encorajamento a si mesma com um simples pensamento de pureza e felicidade, pois seu desgosto é tão grande que não conseguiria expressar em palavras tanta tristeza.
        Em seu mais profundo suspiro chama o nome daquele com quem se decepcionou um dia. Em plena escuridão mantém a seqüência do vício fazendo tudo automaticamente. Enquanto novos olhos arregalados tentam admirar os seus seios pequenos, um corpo grande e suado balança por cima em um ritmo alucinado, seus quadris mexem junto e o pensamento mergulha em devaneios tentando esquecer o que acontece ali. Toda fúria se interrompe de repente e bumba! Tudo se acabando novamente. Em seguida começa outra maratona com o mundo desaparecendo sobre suas vistas. Dentro de si um membro rastejando e esfolando. É tudo tão incongruente nessa sua etapa de ilusão. Mas os fatos são sólidos, são falos e falos que a deixam eletrizada para ir tentando perder a apatia, mesmo por instantes. E em algum momento seus olhos saltam da órbita e alcançam o céu. E, então, essa coisa indescritível faz com que se lembre de outra; aquela mesma que a motivou a esse momento. O sexo vingativo finalmente está fazendo o seu papel. E pensa consigo mesma: ´´É fascinante quando se pode foder sem dar a menor importância à coisa alguma". Agora já não faz mais diferença com quantos ou em que lugar. O importante é esquentar o sangue, aguçar a fúria e adoçar o instinto de desforra. Seria interessante perguntar se há algum sentimento nesses atos, mas nem é necessário... Apesar da fúria, ainda faz de tudo para que prevaleça aquele cheiro de limpeza; fragrância de sabonete na pele branca junto com perfume vagabundo.
Dentro da mente é como se cada um estivesse lhe fazendo um imenso favor e age como se com isso pudesse ir tirando aos poucos alguma coisa da sua consciência machucada. Por isso o mundo inteiro deve agora ser mudado do mal para o bem instantaneamente, mesmo que seja pela árdua tentativa da busca dos raros sete segundos. Parece-me absolutamente intrigante que alguém possa agir assim com tanta riqueza de detalhes nos atos e com enorme inspiração nos pensamentos em seu próprio prejuízo. Mas, nessa luta constante contra uma sombra o prejuízo total já foi consumado há tempos. O suco do gozo íntimo ainda flui entre suas pernas a fim de provar a si mesma o quanto, apesar de tedioso, pode ser gratificante o sexo vingativo. Se alguém quiser experimentar algo assim que seja sutil, finja ciúme, mostre se preocupar e dê presentes para embarcar na fantasia do sexo vingativo, pois ela adora mimos. 
      Mas vá com cuidado, saiba que ela não se importa se há amor e nem deseja compromisso, quer apenas ser fornicada como animais fornicam. Não se preocupe com nada porque ela fará tudo; poderá até lhe dar uma palmada, mordida, arranhão ou balbuciar um elogio que você é o máximo. No entanto, é melhor ficar atento saindo logo de cima quando acabar e cair fora com as calças na mão, pois, caso se apaixone, é porque foi contagiado e será o próximo a praticar o sexo vingativo com o mesmo pensamento, disposição e o mesmo agir. 

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

ABC Da Vida

    Pois é, gente. Cá estou novamente com o velho papinho de sempre – momento que considero muito interessante para compreendermos, ou analisarmos com maior propriedade, os mecanismos de abordagem tentando enxergar a vida de outra forma.
     Cito, logo de início, a frase de Bertolt Brecht da peça teatral “Aquele que diz sim”: “O importante de tudo é aprender e estar de acordo”. Creio que esta citação ilustra bem o tema de hoje.
   Vamos lá então...
   Vejo que todo mundo quer acertar e ir em frente; e assim conhecer alguma outra nuance da vida e os seus mistérios. Não é mesmo?
   Porém, nem sempre dizer sim significa estar plenamente de acordo com determinadas situações, ainda mais quando existe o conflito moral atrelado aos costumes desde quando nos conhecemos por gente. E nesse caso a moral está praticamente fadada a falhar quando se entra num conflito em busca da melhor solução quando nos sentimos inseguros.
   Dentro dessa coisa de tentar acertar, quebrando paradigmas impostos, é preciso entender motivações para saber onde está a causa dos problemas que tornam mais difícil uma decisão.
   Às vezes o palpite, ou a opinião de alguém em forma de crítica, pode ajudar nessa parte. E tudo depende muito de como se escuta a mensagem que foi passada.
   Por mais que uma crítica tenha o sentido da maldade, muitas vezes ela está detectando uma coisa significativa que não percebemos em nós.
   Uma pessoa que desabafa numa situação de transtorno pode falar muitas coisas que não falaria em outros momentos. E aí a gente pensa: “Nossa! Essa pessoa me viu de um jeito que eu não sou. “Imágina, eu não sou assim!”
   Uma pessoa transtornada fala (pra gente) muitas verdades; o que, na maioria dos casos, nos deixa ofendidos e indignados.
    Essa pessoa pode fazer uso da sinceridade em praticamente 100% de suas afirmações, mas fora desse momento pode ser muito hipócrita; por uma questão óbvia de sobrevivência ao meio social ou familiar, é claro.
    Sabe por que isso acontece?
    Porque quase sempre não temos noção de como é a gente com a gente mesmo, ou como funcionamos e nos posicionamos diante de circunstâncias delicadas. A gente acha que sabe tudo, mas, no fundo, temos uma visão errada em como as pessoas nos vêem verdadeiramente – vivemos durante anos num modelo de ilusão para o conforto do próprio ego.
   Quando se está envolvido de verdade consigo mesmo, tentando acertar primeiro lá dentro e depois com o mundo, acaba-se vivendo num observar-se e compreender-se bem melhor - não desmoronamos diante de qualquer manifestação de crítica; e apenas pensamos naquele feito como um aprendizado.
    O ponto de vista muda quando a honestidade com a gente mesmo prevalece - apesar de ser uma coisa muito difícil de ser praticada.
     Por oisdo mesmo que no decorrer da vida tem-se sempre a tendência a ser cruel com a gente mesmo, com uma série de auto-sabotagens. Aprendemos a desenvolver culpas e castigos como autopunição por ter feito algo assim ou assado, coisas das quais sempre nos arrependemos depois.
     Fala-se muito da desonestidade dos outros porque é bem mais fácil enxergar os defeitos alheios. Isso é bastante terrível, porém ninguém é desonesto com outros se não for consigo mesmo primeiro. O caráter das nossas ações se baseia no modo como a gente se trata e isso reflete nas outras pessoas através de atos bem previsíveis.
     A causa mais aparente está sempre na questão da ideologia do ideal.
     Existe em nós a ideia fixa do “tem que ser”. Um pensamento desenvolvido através daqueles tempos de aprendizado na infância, e que chega forte à fase adulta. Juntando-se a essa ideia do “tem que ser” vem outra mais forte, e o seu nome é “deveria”. Aí dizemos a nós mesmos, ou aos outros: “Deveria” ser de outro jeito, “deveria” pensar o contrário, “deveria” se adaptar, “deveria” aceitar as coisas como elas são. “Deveria, deveria, deveria”.
     As pessoas vivem nesse mundo de ideologia e pensamentos moralmente perfeitos e se iludem que os outros “deveriam” seguir essas regras.
      Eu, por exemplo, levei vários pitos na vida que eu, obviamente, considerei sem a menor justificativa, justamente por que os outros achavam que eu “deveria” ou “tinha que ser”.
      Tinha gente que vivia me dizendo assim: “Ah Renato, você é um ótimo contador de estórias, um cara tão inteligente... Eu aprendo muito com a sua forma de relatar a vida através dos seus posicionamentos nos textos. Mas eu acho que você “deveria” mudar um pouco seu jeito de ser”.
      Pois é... Engraçado isso. Como a vida é incoerente, não é mesmo? Temos essa mania de sempre idealizar os outros, ditando regras do que “deveriam” ser.
     Eu sou aquilo que dá para ser. E afirmo com todas as letras: Não! Eu não deveria nada. Você é que está se iludindo em pensar que o outro tem que ser o seu idealizado. Eu só posso dar os meus passos de acordo com o que sou e com os meus conhecimentos.
    Claro que fingir todo mundo finge, mas ninguém é o “deveria”. Isso é uma invenção do instinto de dominação do Ser humano, que anda lado a lado com a ideia de subjugar o outro com esse tal “tem que ser”.
   É certo que a gente tem um tipo de crescimento e aperfeiçoamento das qualidades da natureza humana, que vão surgindo com todas as experiências acumuladas. Mas ninguém pode ser o “deveria” dos outros.
   Essas mesmas pessoas ainda hoje me dizem: “Ah Renato, você “deveria” ser mais paciente e tratar a todos com o respeito que cada um merece”. Ou então: “Não adianta, não tem jeito, você não muda mesmo!”
  Olha... Respondendo a quem pensa isso de mim, eu digo: eu tenho muita paciência com certas coisas ou pessoas. Mas, com gente autoritária e pretensiosa fazendo afirmações descabidas, não dá para ter paciência. Não tenho nada que ter paciência com essas coisas. Nessa hora eu resolvo logo a questão e largo para lá e fico cá no meu canto numa boa. E vou sempre dizendo: Chega disso! Eu não ando muito a fim em ter paciência.
   Eu sei que nem todo mundo gosta de mim, assim como eu não gosto de todo mundo. Com gente que não existe afinidade não adianta insistir. Se algo não me agrada, eu não pratico e pronto!
    Pedem que eu tenha respeito. Eu não trato a todos com respeito. Respeito quem merece ser respeitado ou quem me respeita. Será que você é respeitável? Hein? Responde! Está pensando sobre isso, não é?
    Olha... Eu sei ser educado, sim! Conheço muito bem as regras de comportamento e bons costumes. Mas existem pessoas e pessoas. Tem gente que faz por onde não receber o bom tratamento ou respeito.
    É... Diga. Não seria esse o seu caso, por tudo aquilo que um dia já praticou pelas costas dos outros? Ora bolas, faça-me um favor! Caía na real, criatura!
    Imagino que muitos gostariam de dizer esse trecho acima para alguém que passou, ou que ainda está presente em suas vidas. Pois é...  Um dia descobrimos que o Ser que idealizamos é aquele que nos frustra amargamente e a gente se entristece por causa disso.
    Vou dar outro exemplo: você por acaso conhece alguém com aquela mania de perfeccionismo? Uma pessoa que se mete a colocar tudo no lugar numa ordem perfeita, e que de vez em quando aparece com o TOC exagerado daquele personagem de Jack Nicholson no filme “Melhor é impossível”?
    Por acaso essa pessoa (assim como o personagem) não pisa nas riscas da calçada e não suporta que esbarrem nela? Até o cachorro pula as riscas da calçada?
     Já sei que você conhece e dirá se defendendo: “Eu não sou como ele, mas sei que sou só um pouco perfeccionista. Admito que seja sim. Mas é só porque eu gosto de organização”.
   Ai, ai, ai, ai, ai. Você sabe que estou falando com você, não sabe? É com você sim! E não adianta largar a leitura com a desculpinha que alguém está lhe chamando no whatsapp.
   Não resolve nada torcer o nariz por causa dessas palavras que tocam lá no seu fundinho. Você sabe muito bem que tem mesmo essa mania de tudo certinho e idealizado. Olha... Pare com isso! Não me venha com essa cara, não!
   Os seus problemas são gerados por sua postura e você ainda não parou para pensar o quanto isso custa na relação com os outros. Viu o quanto lhe custou no decorrer dos anos essa arrogância e prepotência do tudo certinho? O curioso é que você se vê o contrário disso e até se acha injustiçada.
    Nunca ninguém lhe chamou de arrogante e pretensiosa como eu faço aqui? Puxa vida.... Sempre tem que aparecer um para abrir os olhos da gente, não é mesmo?
    Ah tá certo, pode me xingar que eu não ligo... Eu a chamo assim mesmo e ainda explico que a pessoa arrogante é aquela que vive na fantasia do ideal e não no mundo real.
    Uma pessoa que sabe a sua própria verdade não precisa de um juiz arrogante e perfeccionista lá dentro da cabecinha condenando qualquer ação feita ou recebida.
    Uso o meu próprio exemplo: ninguém é meu juiz porque eu não sento mais no banco dos réus. Parei com isso faz tempo. Eu acabei com esse juiz arrogante dentro da minha cabeça às duras penas. Mas você.... Ah... Você ainda está com ele ai ditando regras e jogando culpa, não apenas em você, mas também nos outros. Você persegue a si mesma com esse modo arrogante de ser; esse juiz funciona dia e noite. Ele não lhe dá paz e nem sossego, a voz dele está aí dentro, é uma voz contínua que a faz sofrer com os seus problemas e os problemas dos outros.
    Venha cá!  Aproxime-se mais. Chega mais perto. Assim. Mais um pouco. Isso! Assim ficou bom. Não saia de fininho, não. Presta atenção no que vou dizer agora.
    Veja bem uma coisa - senta direitinho e ajeita esse bundão na cadeira que agora eu vou falar com o verbo bem rasgado: se você não parar com essa postura de combater a si mesma, a vida não vai parar de lhe trazer problemas! Tá entendendo? Você está sempre sofrendo com aquilo que considera os seus problemas, como também com os problemas dos outros. Você sofre dessa doença e carrega isso todo dia. É por isso que tudo que você faz nunca é bom, nunca é suficiente. Você faz coisas maravilhosas e com muito zelo na sua casa, no seu trabalho ou em qualquer outro lugar, mas nunca está feliz e satisfeita. Por que será? Eu acho que você considera que nunca é boa o quanto poderia ser. Você não é sua amiga. Aí, por causa disso, as pessoas nunca vêem o que foi feito com tanto capricho e dedicação, ou o quanto você se empenhou naquilo. Então você reclama, esbraveja e se lamenta pelos cantos por essa falta de reconhecimento.
    Entenda uma coisa: as pessoas são o que elas são, sejam elas bonitas ou feias. Elas são reais e você ainda não aprendeu a lidar com essa realidade, porque idealiza um mundo que só existe na sua cabeça. Você vive o ideal.
    Você tem algo que chamo de síndrome de falta de adaptação à realidade; justamente por que fica aí, feito uma tonta, desenhando na sua mente o ideal das pessoas.
    Tem mais: quando você se coloca numa posição, em determinado ambiente, é gerada uma energia que gera circunstâncias contra ou a favor de si.
    Então, se você olhar para trás enxergará, em muitos pontos, o que foi feito da sua vida. Ou o que você fez a si mesma por andar o tempo todo de olhos fechados para o real.
    Parece que você nunca entendeu que as pessoas te tratam como você se trata.  Isso é uma lei, uma constante. Uma verdade que não dá para fugir.
     Você é o seu obstáculo. É a pedra no próprio caminho que atravanca tudo.
      Então, minha filha, não adianta nada aparecer por aí com todos os seus cursos e diplomas, e continuar eternamente mantendo essa cara de cocô.
    Então... O Ser humano só vive satisfeito quando está feliz. E a felicidade está sempre no real e não no ideal. Isso exige uma capacidade de olhar a vida de outro modo.
     Alguém me disse outro dia: “Ah, Renato, eu tenho seus textos guardados no meu arquivo. Você desceu o cacete em mim, me espinafrou até não querer mais. Falou um montão de coisas do meu modo de ser. Eu percebi que falava de mim e aquilo me atingiu. Fiquei tão magoada que nem quero mais nenhum contato com você seu blog!”.     
      Quanta pretensão! Acha mesmo que tudo é dirigido? Todas essas cenas podem acontecer na vida de qualquer pessoa e não apenas na sua. Isto é, se já não aconteceu com muita gente que anda batendo cabeça por aí, sem saber direito o que fazer. Acho muito legal quando esse povo se identifica imediatamente com esses relatos. Fico muito feliz em ajudar as pessoas, ou em ser um ponto de orientação a fim de dar uma pequena ajuda no equilíbrio necessário.
     Olha, vou lhe dizer uma coisa: você está muito enganada ao afirmar essas barbaridades. Eu nunca desci o cacete em ninguém. Você que é muito negativa e insatisfeita com a vida e vê tudo assim. O que tem sido dito é a verdade das minhas observações do mundo. Qual é o problema em ter a verdade revelada? A verdade se tornou o que? Na sua concepção seria um palavrão ou alguma coisa a ser escondida? Lembre-se sempre: a verdade liberta!
     Você acha mesmo que a forma de ajudar uma pessoa é viver mentindo para ela? Não! Não, mesmo!
      Se eu tiver que repetir mil vezes que você é arrogante e pretensiosa, que não se aceita por que é uma criatura esnobe, eu repetirei sim!
      Essa insistência é para que tenha positividade e vá para frente, que deslanche na vida pelos caminhos certos.  
      Você está tão presa dentro de si que é incapaz de perceber que existem pessoas nesse mundão de Deus lutando por você. Você nunca percebeu isso?
     Quando eu uso essas palavras, vou fundo e faço o que faço, é por que estou lutando por algo que nem você luta. Você nunca reparou que está presa aí dentro desse ideal que você mesma criou? Esse mundo de fantasia. Como é que você pensa que irá fazer diferença na vida deste jeito?
     Eu sei muito bem que não é da minha conta, mas eu dou as dicas porque tenho inteligência e senso de observação de algumas situações que já vi.
     Esse senso de observação me levou a entender que, além de você ter se tornado o seu próprio juiz, também se tornou o juiz dos outros.
Você escolheu essa faixa para viver. E vai ter que enfrentar a dor até aprender as coisas.
     Por isso tento transmitir boas palavras aqui, mas não sinto pena de você e nem de ninguém. A vida ensina a todo mundo. A lei do homem tem jeito de manobrar e escapar com vários argumentos, mas a lei da vida é irremediável.
    Que cada um tome a própria lição. O lema diz: “Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor” e isso é mais velho que andar para frente.
    Então, voltando a Bertold Brecht, existem duas opções de escolha. Uma diz que aquele que está atrapalhando uma caminhada deve ser largado para trás ou deve ser jogado no abismo; a segunda: a regra de moral ou bom-senso nos ensina que, quando as coisas não dão muito certas, se deve retornar ao ponto de partida buscando novas alternativas práticas com condutas inteligentes para alcançar o objetivo.
    A escolha está a seu dispor. Escolha o seu caminho e seja feliz, pois, o mais importante de tudo é aprender e andar de acordo! 

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Vai cuidar da sua vida.

 

  Oi gente estou aqui de volta para conversar um pouquinho mais com vocês. Sempre com a ideia e a tentativa de mostrar a todos aquilo que normalmente não vemos, por exemplo, como é a gente para a gente mesmo e para os outros e, é claro, como nós funcionamos. Uma das coisas mais aflitivas que existe é pensarmos que estamos fazendo tudo certo mas, no resultado prático final, acontece algo que nos mostra que estamos fazendo tudo errado. Aí, é quando chegam todos os porquês da vida e a conclusão sempre desaba em nada que possa ser realmente útil. Então você pergunta: Como fazer direito? Eu digo que o "como" é mesmo muito importante, é muito útil e é muito da vivência de cada um. Digo também que as pessoas não notam certas situações muito importantes que acontecem ao seu redor, momentos que pertencem às suas vidas no dia a dia, as quais, eu penso, deveriam ser tratadas com mais atenção. Mas isso já se tornou um hábito que faz parte da rotina, no entanto, nada mais é que falta de desenvolver determinadas sensibilidades, pois alguns seres só conseguem perceber as coisas quando alguém mostra a eles. Por isso que existem as escolas e as formas de ensinar que desenvolvem o intelecto das pessoas desde pequenas. Porque, apesar de sermos muito capazes, exigimos estimulação para tudo. Inclusive, a prática dessa ação, de mudar o estado de atenção para as coisas e pessoas, serve para todos os aspectos da vida, passando e burilando, pelo árduo trabalho do nosso lado emocional através dos anos, na tentativa de favorecer a evolução do nosso lado espiritual. Eu sei que você está fazendo força e querendo fazer o certo. Exatamente por isso é importante essas palavras aqui, as quais poderão ser o indicativo de uma luz que mostra um caminho ou apenas uma reflexão com a intenção de mudança nos hábitos e comportamentos, os quais incomodam quando mostrados por alguém, mas podem ser logo resolvidos se forem mudados de sintonia a tempo. Apenas pensar em qualquer dessas alternativas já será um grande progresso. É muito importante saber que partindo desse ponto chega a transformação, mas é só você que pode se transformar. Ninguém, mas ninguém mesmo, poderá salvá-la do imobilismo se você não se mexer em busca de um futuro diferente do que foi esse seu passado e é o seu presente. É um trabalho do seu "Eu" interior, do seu "Eu" arbítrio, do seu "Eu" escolha... Você pode e terá de fazer esse trabalho de opções cedo ou tarde. Pois a vida vai passando e vamos ficando velhos. Enquanto isso, a idade cobra as decisões de mudança que deixamos de tomar quando tínhamos mais disposição, mais saúde e a coragem para enfrentar um mundo novo e desconhecido. Nosso rosto vai ficando cada vez mais marcado, a pele de todo o corpo manchada e as mãos e o pescoço revelando a todos as muitas e muitas décadas que já se passaram. Só por esse preço elevado que a velhice cobra é essencial viver o agora fazendo novos planos, - do que quer que seja - e realizá-los. Não dá mais para esperar até que o corpo peça uma trégua permanente e a cabeça nem esteja boa para ter novas ideias criativas para botar a vida em funcionamento. É muito fácil viver acomodadamente, mantendo uma rotina que parece não trazer mais nenhum entusiasmo, sentido para a vida ou novidade boa, evitando situações que mexam com as raízes que fincamos dentro das nossas convicções há tanto tempo, já estabelecidas por tantos atropelos do passado, e sendo misturadas com as intermináveis obrigações do presente. É preciso entender que as escolhas que se apresentam estejam livres da influência de outra ou de outras pessoas, pois você é responsável por você e mais ninguém. Você não pode mais se colocar nessa posição de eterna obrigação em ser responsável pelos outros. Aliás, você acha que é um dever da sua parte e é um direito seu agir assim,  porque, no final das contas, os outros vão fazer aquilo que der na cabeça deles e pronto. Sendo ou não a sua vontade respeitada, você estará sempre cumprindo o papel conforme o script que você determinou para si e, é claro, sempre à espera de um reconhecimento no futuro. Essa cena em sua vida parece se repetir no decorrer dos anos, e se refere a todo tipo de relação emocional que já teve e com as pessoas que participam dela. O mais interessante com você e seus scripts tão bem planejados é quando algo sai fora do roteiro - de uma pessoa muito próxima de você - e a tal pessoa tem que ir para longe namorar alguém ou quer morar em outra cidade, - tudo em nome das novas experiências que poderá adquirir e de um padrão de vida melhor - e ela nem se importa se você vai sentir falta da presença dela ou não. Diante disso nem adianta imaginar que é possível "curar" alguém com essa história do não faça assim, não faça assado ou, então, silenciosamente, agir de uma forma que a pessoa sempre se sinta aprovada em tudo que deseja, e isso também seja bom para você a fazendo feliz. Engano seu. Isso chama-se mimo. Gente mimada não lida bem com contrariedades e não abre mão de seus desejos egoístas, mesmo que sejam em prejuízo dos outros ou de um conjunto familiar. Gente assim cria tantas situações que haja saco para enfrentar, mas que devem ser enfrentadas ou por quem é mais velho ou por quem tem mais juízo, querendo ou não, gostando ou não. Porém, isso vai desgastando e não dá sossego com cada dia uma nova exigência, um novo problema, um novo querer, já que tudo o que vem, tudo o que é conquistado ou, tudo que é dado, nunca é suficiente. Você já ouviu muitos desaforos por causa disso, não é mesmo? Já disseram pra você que você estava enrolando, que você estava isso ou que você estava aquilo, fazendo corpo mole, dando desculpas para atender as "exigências". Não, não. Não eram pedidos eram "E-XI-GÊN-CIAS".  Você já levou muito na cara e não aprendeu.... Olha...É cada situação nessa vida...  Eu vejo pessoas verdadeiramente atormentadas tentando driblar daqui e dali, mas ao final acabam mesmo por ceder à chantagem por puro cansaço. Porque os mesmos lemas sempre prevalecem: "Você é namorada e tem fazer isso para o seu namorado. Você é esposa e tem fazer aquilo para seu marido. Você é mãe de filho pródigo e tem que dar o que seu filho pede, mesmo que ele não precise daquilo ou não tenha equilíbrio emocional para tal. Ou você, no seu íntimo, perceba que aquilo não fará bem, já que ele precisa aprender a conquistar as coisas através do próprio suor". Mas não adianta... Essas ações são tão obsessivas para as pessoas que, quando as praticam, nem percebem se aquilo que estão fazendo vai realmente gerar o melhor para o outro e igualmente para si mesmas. Fazem apenas pelo condicionamento da obrigação ou da pressão. Ou, na maioria dos casos que cedem, agem apenas como um desencargo de consciência para amealhar a admiração tão desejada daquele que usa esse tipo de artifício da chantagem emocional para viver só "de boa". Isso, inconscientemente, vira um inferno. Aí, você, percebendo o joguinho, fica chata pra cacete, reclama... Tudo vira mágoa e tristeza, praticamente um comecinho de depressão, com um buraco no peito se abrindo pela falta de reconhecimento da verdadeira dedicação da sua vida inteira, uma entrega feita com o mais puro e verdadeiro amor de todos . Mas você precisa fazer a opção de mudança e se libertar, pois se não o fizer virá depois o peso na consciência com sua vida definhando, suas forças se esgotando e sua saúde capengando. Apesar de hoje em dia você tocar a vida e fazer todas as coisas como se fossem normais a mágoa e a tristeza consigo mesma só aumenta quando percebe que mais de 10 ou 20 anos já se passaram e não aconteceu nada conforme o seu script. É claro que você esconde, tentando demonstrar que não é bem assim, mas está tudo aí dentro influenciando o seu bem-estar e a sua postura no mundo, incluindo suas relações afetivas com o sexo oposto e o seu romantismo que parece que murchou. Você sabe que perdeu o gosto por muita coisa por causa disso, com esse negócio de cuidar dos outros, de gente já crescida, como se fossem criancinhas indefesas, colocando sua vida e necessidades afetivas em segundo, terceiro ou décimo plano. Você lembra antes como você era diferente? Você era mais alegre, gostava de namorar, de passear, de viver aventuras inusitadas que faziam a adrenalina subir e o coração batendo num ritmo tão acelerado a ponto de querer sair fora do peito. Acabou, né? Sabe como é o nome dessa doença que você sente agora? Velhice! Não, não. Não é velhice em relação a  idade, é por esse tipo de conduta de abdicar da própria vida, ou de planos mais ousados de futuro ao lado de alguém, em nome de uma comodidade com a desculpa de ter uma missão a cumprir que deve ser levada até o fim. Lembre-se que ao final dessa missão pode ser tarde demais para um ou para outro e o tempo perdido não se recupera mais. Essa faixa energética que você escolheu para viver machuca os planos de um novo alguém em sua vida, afeta os desejos e sentimentos e, principalmente, ataca o seu corpo que já aos poucos dá sinais de doenças crônicas. São essas dores nas costas que a incomodam, não são? É dor aqui e dor ali, esquecimento de coisas passadas ou recentes, olha só... Que coisa, hein?... Infelizmente, isso vai somando e somando mais, podendo um dia acabar num câncer ou Alzheimer. Tudo porque você está há anos e anos expondo o seu corpo e a sua mente à situações negativas trazidas pelos problemas e inseguranças dos outros. Você não é de ferro e nem imortal, não abdique de viver a sua própria vida e suas próprias necessidades. Aprenda a viver o agora realizando coisas boas exclusivamente para você e, também, para aquele que você escolher como o seu par amoroso que poderá dividir a vida com você até os últimos dias. Olha... Preste atenção: pare de imitar a sua mãe. Ela já viveu os melhores momentos que teve e pôde viver muito intensamente, e já cumpriu a missão dela com você. Mas você não precisa ser como ela. Os tempos são outros. A forma de cuidar, educar e proteger hoje são diferentes. O mundo evoluiu e o de hoje não é o de 40 ou 50 anos atrás. Será que você não enxerga isso para ser boa consigo mesma? Não vê que você faz o melhor pelos outros e não faz para si? É o fim da picada, viu! Pelo amor de Deus, cadê a compaixão consigo mesma? Se você não tem compaixão por si mesma ninguém terá por você. E não adianta ficar bravinha e sair batendo o pé no chão, resmungando pelos cantos da casa, lamentando que ninguém reconhece os seus esforços. Pare de ser mendiga em busca de reconhecimento, só porque você vive em função de satisfazer as vontades e escolhas dos outros. Como você rasteja e se submete, não é mesmo? Até faz pirraça, dá bronca e fica de mal. Só falta pedir para dar o dedinho para completar o ritual. Que horror! Como é infantil... Depois reclama que sua vida afetiva é uma porcaria, que você vive sempre na dúvida e na incerteza se vale mesmo a pena ter um relacionamento sério com um homem que você gosta. Está muito fácil de perceber e resolver, mas você reluta, não quer, é algo mais forte que move você e seus pensamentos, não é mesmo? É a missão. A sua missão. Aquela que foi dada por Deus e deve prevalecer sempre. É... Parece que essa sua energia está uma porcaria porque você deu tudo para os outros e você continua se negando a receber o que poderia ser bom ou diferente. Diante disso, você vai dormir esgotada e o seu sub-consciente fustiga a noite toda e você acorda pior do que quando foi dormir, aí, você briga e se afasta de todos que gostam de você, falo aqueles que se aproximam sem usar da chantagem emocional para obter vantagem, é claro, que querem apenas dar e receber amor e carinho, mas você nem nota. Geralmente o que causa isso, esse seu desânimo com a vida, esse seu sono e cansaço, é o vampirismo. Toda a sua vitalidade está sendo sugada sem que perceba. Ainda não notou como você fica quando está próxima das pessoas de casa? Esse fenômeno sempre é pior com as pessoas da sua casa ou do trabalho. Pare, observe e sinta as energias que emanam de você e para você. Engraçado isso, né? Porém é trágico para quem não se dá conta e não tenta mudar. Mas você continua assim mesmo, vai na velha toada. O outro sempre em primeiro lugar e nunca você. Como será reposta a sua energia que foi sugada? Acho que vai ficar sem ela e com as consequências que isso acarretará enquanto estiver nessa faixa que escolheu viver. Gerencie melhor seus sentimentos, suas observações, suas ações e liberte seu corpo, assim como a sua alma, para viver melhor, saia da mesmice e dessa obrigação escrava que impôs para si mesma. Repito aqui, de acordo com a minha visão, o que não se deve fazer: "sempre tentar resolver a vida dos outros ou esperar que outros resolvam a vida deles para você resolver a sua". Entendeu estrupício! Coisinha complicada é você. Arffff! Vai... Vai cuidar da sua vida. Mexa-se! Livre-se das más recordações e daquelas ações feitas por você ou pelos outros que poluem a sua mente e envenenam o seu coração. Liberte a si mesma e libere os outros das amarras para que vivam as próprias experiências com responsabilidade. A vida de cada um é única e pode ser vivida uma só vez. Não viva a vida dos outros pelos outros e nem deixe que controlem ou vivam a sua. Busque novas maneiras de encarar as pessoas e a realidade delas como sendo um novo aprendizado, pois o pássaro só aprende a voar quando ele sai do ninho e salta da beira do abismo em direção ao horizonte, que antes temido, passou a ser um destino lindo, inexplorado e maravilhoso.    



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Aconteceu em São Pedro

         Acho que foi num shopping Center no centro de São Paulo que nos conhecemos. Eu pedi um café expresso, ela um capuchino – ou talvez...